Muitas vezes ouvimos na academia que tal golpe exerce mais pressão sobre o adversário do que outro, de acordo com a técnica e/ou força aplicada somada à posição dos atletas. Um estudo recente (Scarpi et al., 2009) procurou descobrir, utilizando técnicas de estrangulamento do Jiu-Jítsu e Judô, se essas afirmações condizem com a realidade dos fatos. Para isso, avaliaram a pressão intraocular ("dos olhos") de 9 lutadores de Jiu-Jítsu nos golpes de finalização estrangulamento frontal "da guarda" e frontal "da montada". Os atletas foram encorajados para suportar o golpe por 10 segundos ou poderiam sinalizar desistência caso sentissem que não poderiam tolerar o estrangulamento, ou ainda pela interrupção realizada pelos próprios avaliadores caso suspeitassem que o voluntário estivesse em risco. Os pesquisadores observaram que houve associação entre a técnica de estrangulamento e a variação da pressão intraocular do grupo estudado. Após a aplicação dos dois diferentes tipos de estrangulamento a pressão intraocular reduziu, sendo que no estrangulamento "da montada" a diminuição da pressão intraocular foi significativamente maior do que no estrangulamento "da guarda", sugerindo que, possivelmente, esse golpe - estrangulamento "da montada" - seja mais rápido e/ou eficaz para obrigar o adversário a sinalizar desistência do combate. Para a constatação dessa afirmação, sugere-se que, em outras investigações, seja utilizado fluxo pulsátil de sangue ocular e a mensuração da pressão intraocular logo após a finalização do estrangulamento. Observação: Os vídeos são exemplos das duas técnicas para facilitar o entendimento do texto.
Leandro Paiva
Referência: Scarpi et al. Associação entre dois diferentes tipos de estrangulamento com a variação da pressão intraocular em atletas de jiu-jitsu. Arquivos Brasileiros de Oftalmologia, v.72, n.3, p.341-5, 2009.
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