Treinamento Desportivo nas Lutas: a volta de Zé Mário Sperry
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Treinamento Desportivo nas Lutas: a volta de Zé Mário Sperry






Diogo Souza é o preparador físico responsável pelo retorno de José Mário Sperry (em referência à parte física) para as competições de grappling e, talvez, de Jiu-Jítsu.

Após solicitação do mesmo, ficou encarregado do planejamento para o retorno dele ao MMA. Resolveu anotar as direções e possibilidades e, diante de nosso pedido, nos enviou para que fosse publicado neste Blog essas anotações. As considerações seguem abaixo para apreciação dos leitores deste Blog.

Leandro Paiva




Preparação física para MMA: O retorno de Mario Sperry ao octógono.


Após a vitória sobre Renzo Gracie na super luta do ADCC 2011, Mario Sperry junto de sua equipe composta por Everaldo Penco, eu (Diogo Souza) e alguns integrantes do Team Nogueira, decidimos aceitar o desafio de prepará-lo para seu retorno ao octógono.

Alguns fatores nos chamam a atenção para tal fato:

- Um atleta de alto rendimento que estava afastado do mundo competitivo por alguns anos;

- A exigente transição da preparação do grappling para o MMA;

- A periodização ideal para este projeto.



Decidimos que para atingirmos nossa meta precisaremos de em média 6 a 7 meses, afinal as diferentes capacidades exigidas no MMA são superiores as do grappling.

Podemos observar a seguir:

Grappling: Predomina o trabalho de pegadas e projeção na 1ª fase. Analisando de uma vista crânio-caudal (cabeça aos pés) O tronco fica bem inclinado, braços semi-flexionados, pernas semi-flexionadas, deixando o atleta preparado para uma possível entrada de projeção do seu oponente ao solo. Na 2ª fase já com a luta no solo existe a necessidade de muita agilidade, flexibilidade, estabilização. Esta última marcada por uma ?resistência de força isométrica?. A isometria é um dos tipos de capacidade que não pode ser deixada de lado em esportes de combate, seja no trabalho combinado com força ou no trabalho de resistência cardiorrespiratória.

MMA: É o esporte de combate mais completo da atualidade em função das inúmeras situações divididas por: striker (modalidades da parte em pé com socos, chutes, joelhadas e cotoveladas), wrestler (modalidades da parte de projeção) e grappling (modalidade de finalização).

Na 1ª fase (Striker) quando iniciada os atletas estudam o raio de ação do oponente e assim observamos: Agilidade (pelos deslocamentos em diferentes ângulos e com certa rapidez), tempo de ação e reação (seja ela para defender, escapar ou contra-atacar), potência (criando a chance de projetar o adversário ao solo para uma finalização ou até antes desta tentar o nocaute).

Na 2ª fase podemos observar duas opções: (2A) o trabalho de clinche característico do Muay Thai exigindo resistência de força na parte isométrica, potência na parte de aplicação dos golpes curtos e a ação e reação para uma tentativa ou defesa da parte de projeção que é a opção (2B) onde existe o trabalho de grade.

O Fato de um lutador pressionar o adversário na grade desgasta muito a musculatura e a resistência cardiorrespiratória, muitas vezes até em atletas muito bem preparados. Observarmos nesta fase uma transição de potência aplicadas em duas alavancas. Uma de puxar e a outra de empurrar. Judocas e wrestlers sempre usam membros superiores, membros inferiores e cabeça para determinar em qual parte do corpo aplicará cada alavanca. Neste trabalho prevalece a técnica e muitas vezes evita um desgaste precoce dentro do combate.

3ª fase no solo temos um grande diferencial do grappling, pois entra o ?ground and pound?. Entre a fase de estabilização, golpes podem ser projetados como socos, cotoveladas e joelhadas no corpo, o que muda totalmente a configuração na preparação para um trabalho combinado de manutenção de força ?isométrica? + Trabalho explosivo de quadril, tronco e membros superiores, tornando assim efetiva esta parte podendo levar a uma interrupção (nocaute técnico) ou abrir o leque para a finalização.

O objetivo deste texto foi mostrar um pouco da necessidade de adaptação e transição do atleta Mario Sperry do grappling para o MMA.

Por Diogo Souza - Faixa preta de Kenpo, Faixa azul de Jiu Jitsu. Formado em Educação Física e pós graduado em Reabilitação Cardíaca e casos especiais. Atualmente trabalha com a coordenação técnica, marketing e uso de imagem dos atletas de MMA do Team Nogueira. Atletas que desenvolvo a preparação física: Mario Sperry, Duda Yankovich, Diego Braga, André Chatuba, entre outros. Preparador físico do CAMP Salvador dos irmãos Rodrigo Minotauro e Rogério Minotouro para o UFC140.



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