Depois de curtir sem piedade a comilança de fim de ano, a apresentadora Sabrina Sato se prepara para iniciar um ataque às gordurinhas e arrasar no carnaval: aulas diárias de muay thai. O encarregado de deixar a beldade tinindo é Ivam Batista, vice-campeão brasileiro e pan-americano da luta. "Como essa arte marcial exige muito do corpo, o emagrecimento é rápido", avisa o mestre.
Assim como Sabrina, outras mulheres descobriram a modalidade e, em alguns horários de aula, são maioria na turma. É o que acontece na Fight Club, academia especializada em lutas que fica na zona oeste de São Paulo e onde treina Sabrina Sato. Lá, a aula das 19h chega a juntar 70% de mulheres. Retrato bastante diferente de quando Ivam se tornou instrutor nesse endereço, há seis anos. Naquela época, suas aulas se resumiam a oito por mês. Hoje, são 104. E o boxe, que até então dominava a grade de atividades, ficou em segundo plano.
Esse mesmo movimento aconteceu na Oficina Corpo e Mente, tradicional academia com foco em lutas, localizada no centro da cidade. O sócio e professor é Moisés Batista de Souza, o Gibi, outro lutador de muay thai que foi campeão mundial quatro vezes - o último título, em 2007, "Há três anos, eram só 5 mulheres praticantes numa turma de 25", conta Gibi. "Hoje, quase empata."
Vários motivos ajudam a explicar o ingresso maciço de mulheres nessa arte marcial, que nasceu na Tailândia. A perda de peso é, de longe, o principal deles. Como a aprendizagem dos movimentos exige uma forte preparação física e muito trabalho cardiovascular, o gasto calórico é acentuado.
Segundo o professor Gibi, o treino de uma hora e meia chega a queimar cerca de 600 calorias em alunos iniciantes, e de 800 a 900 calorias em quem já está mais preparado. "Por ser puxado, sempre aconselho a começar devagar, com duas aulas por semana", ressalta o instrutor. "E como a perda de peso é rápida, o ideal é incluir musculação para evitar flacidez."
Ao contrário do boxe, os movimentos de muay thai não se concentram na parte superior do corpo. Para desferir os chutes, principais golpes da luta, exige-se muito de pernas e glúteos. Mas os braços não ficam de fora. Com luvas de boxeador, treina-se no saco de pancada para aperfeiçoar socos, ganhar agilidade, fortalecer os músculos e se defender dos golpes com mais segurança.
"A luta é indicada até para disléxicos porque desenvolve a coordenação motora", garante Ivam, também diretor da Federação Paulista de Muay Thai Tradicional. Não é à toa que a luta é conhecida também como boxe tailandês e como a arte das oito armas, por usar punhos, cotovelos, joelhos e canelas.
"A gente sai pingando de tanto suar e as pernas ficam mais fortes", afirma a gerente comercial Grazi De Vita, de 50 anos, praticante há três e aluna do campeão Gibi. Ela prova que muay thai não é só para a moçada. Casada e mãe de um casal de jovens, a ideia de fazer as aulas surgiu após a queixa a um amigo: lamentava o ganho de peso repentino depois que parou de fumar e ele sugeriu a luta, da qual também é adepto.
Medalhas. Algumas praticantes se entusiasmam tanto com a luta que decidem competir. Embora haja muito mais torneios masculinos, já surgem categorias exclusivamente femininas. Numa dessas, Paula Campos Dell?Omo, de 27 anos, subiu no ringue pela primeira vez em busca de uma medalha.
Em dezembro, ela participou da Balada Fight, competição organizada pela academia Furacão, em São Caetano. Entre as lutas, só uma era feminina. E Paula venceu após treinar pesado com o professor Ivam Batista. "Estou cheia de hematomas, levei muita cacetada e nem sei como consegui ganhar", diz a moça, que é formada em Geografia e trabalha com planejamento urbano.
Diferentemente da maioria, Paula entrou para o muay thai para desestressar ou, como se costuma dizer entre os lutadores, "tirar a drena"- gíria para adrenalina. Sem hábito de frequentar academia, criou coragem e se matriculou nas aulas para aliviar a tensão do trabalho e das obrigações acadêmicas. O efeito foi rápido e a moça se apaixonou pela arte marcial.
Defesa pessoal também entra como atrativo entre as mulheres. É o que ressalta Wilson Djavan, professor de muay thai, com títulos de campeão paulista, brasileiro, sul-americano e, em fevereiro, vai disputar a primeira fase do mundial na Rússia. "Não é para sair batendo por aí, mas a prática dessa luta traz confiança, controle emocional e concentração."
Wilson conta que duas alunas já usufruíram da a luta para escapar de agressões. Um caso aconteceu durante uma discussão de trânsito. Apesar da tentativa da garota de resolver tudo com calma, o homem que bateu na traseira do carro dela se alterou e a empurrou durante o imbróglio. Aí não teve jeito: ela desferiu um chute certeiro e o nervosinho caiu, atordoado.
Outra praticante também se defendeu de um abusado que tentava molestá-la numa balada. Com um chute, ela acertou em cheio a genitália e o atrevido se contorceu de dor. "São golpes simples e objetivos que ganham potência com movimentos do quadril", atesta Wilson, que dá aulas na Forlife e na FBI Academia. "A mulher é, por natureza, muito forte e a arte marcial faz brotar ainda mais essa força feminina."
Para começar
Não há uniforme obrigatório, mas alguns itens são essenciais para a prática de muay thai: bandagem (faixa para proteção das mãos), luva de boxe (para treino em sacos de pancada e proteção do rosto) e protetor bucal.
As aulas custam a partir de R$ 90 (duas semanais).
Não há confronto. Duplas se revezam nos treinos. Enquanto um segura o aparador de chute (uma almofada reforçada), o outro aperfeiçoa os golpes. Depois, invertem os papéis.
Em outra fase, o parceiro faz a "sombra": recebe golpes simulados, mas sem força. Assim, aprende a se defender.
Mesclar musculação às aulas de muay thai também é importante, pois o fortalecimento muscular protege de lesões.
Fonte: http://www.estadao.com.br/
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