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ANÁLISE: UFC 146 - Cigano VS Mir
A luta de Jones Vs Rashad me induziu a um estágio de quase amnésia. Perambulei pelos fóruns de MMA sem saber de fato porque amava esse esporte, pareciam memórias distantes aqueles momentos emocionantes desse tal de Mixed Martial Arts. Tanta badalação, expectativa, por um rascunho de luta. Dois acovardados dentro do octagon, menores do que as palavras que vinham dizendo. Se uma das lutas mais esperadas de todos os tempos foi aquilo, como acreditar no que há por vir. Teria o show matado o esporte? Teriam as entrevistas e ofensas se tornado mais importantes do que a atuação? Será que performance agora é medida por seguidores de twitter? Se for será quem um dia teremos Beyoncee VS Rihanna? Me sentia confuso e desmotivado, quase pedindo para desligarem os aparelhos quando esse UFC 146 me deu um tapa na cara e me chamou de palhaço. O melhor evento do ano colocou a mim e todos de pé para acompanhar uma sequencia de excelentes lutas, desde o card preliminar. Se no UFC 145 e em quase qualquer outro, são poucos os brilhos, nesse foram várias estrelas a brilharem novamente. Cigano, Cain, Nelson, Varner, Hardy, Glover e tantos outros. O caminho ficou claro novamente. Esse é o esporte mais emocionante e imprevisível já criado. Jamais voltarei a duvidar. A não ser que haja uma revanche entre Jones e Rashad. Aí, não me responsabilizarei por meus atos.
Cigano VS Frank Mir É impossível nocautear Frank Mir porque ele desiste da luta antes de apagar. Até a derrota para Carwin computada como nocaute no Sherdog, foi um nocaute técnico. Mir estava de costas, sem reagir, mas acordado. Como teria sido a carreira de Sakuraba se cortasse peso, lutasse numa categoria mais adequada e não tivesse aceito combates contra tantos pesos pesados e meio pesados TOP na época? Brock Lesnar e Cung Lee se tivessem começado a treinar MMA quando começaram suas carreiras artísticas? Pelé Landi se tivesse surgido para o esporte nos dia de hoje? Como seria Mir se tivesse o coração proporcional a seu talento e estrutura física? Num bate papo descontraído no Starbucks eu falaria por horas e horas para quem tivesse paciência de ouvir sobre minhas teorias, mas aqui não há tempo para isso. O que importa é que Mir é assim, e pronto. Nos estereótipos da psicologia devem haver termos mais respeitosos, mas na linguagem do povo, é frouxo mesmo. Adora bater, mas tem medo de apanhar. Digo medo, porque gostar, ninguém gosta. Até Leben que afirma melhorar quando leva o primeiro soco, ficou extremamente desconfortável e aflito quando não conseguiu escapar do ground and pound insistente de Munhoz. Mir agenta apanhar, não tem queixo de vidro. Tem é coração de papel marché.
Carwin, Lesnar e Cigano. 3 dos pesados a bater mais forte em todos os tempos não o apagaram. E a luta de Minotauro teria o mesmo fim dessas três não tivesse o brasileiro dado o braço de presente no final. Mir é pesado, excelente de chão, bate forte, difícil de ser derrubado, estratégico e decisivo. Se der espaço ele nocauteia ou quebra alguma coisa. Mas é como tantos nessa vida, limitado por si mesmo. Se cada luta de Edgar é um exemplo comovente de como fazer as coisas, as derrotas de Mir são exemplos irônicos do caminho a não seguir. Nessa vida vamos ouvir que não podemos, que não devemos, que não é pra gente, que outros são melhores, que não temos sorte e tanta coisa assim. Na hora em que acreditarmos, vira tudo verdade. Dentro de casa, no quarto de hotel, com os colegas ao lado, ele tem discurso de imbatível, mas na vida real do lutador de MMA que acontece dentro do octagon, ele acredita que é frouxo e se comporta dessa maneira. Mir não precisa de camps de treinamento com os melhores boxers, wrestlers e weightlifters da atualidade. Precisa de um bom psicólogo e maneirar na dose de rivotril antes de lutar.
A chance de Frank era derrubar o campeão. Tentou uma vez e nunca mais. O que o fez aceitar a morte lenta e óbvia, parado na frente de um atleta mais veloz e agressivo, só ele sabe. Talvez nem ele saiba, para falar a verdade. Ficou ali, sendo alvejado, até que se deu por vencido e sucumbiu no segundo round. Uma luta de Mir contra Pezão poderia ser a revitalização da carreira para um e a porta de saída do evento para outro.
Cigano não está nem aí para quem Mir é ou poderia ser. A arte milenar de zunir a mão cheia de dedo no meio da cara de outro homem não permite essa vã filosofia. Cigano é o sucessor espiritual de tantos campeões que só lutavam com uma estratégia. Segurar a luta em pé e desmantelar o oponente. Chuck Liddel, Cro Cop, Wanderlei Silva, Igor Vovchancin não tinham plano B. Era não cair e meter a porrada, e se cair, levantar para meter mais porrada. É parafuso e os outros são borracha. Cigano é assim, com os olhos escondidos na penumbra da testa cheia de linhas na diagonal, dentes esmagando o protetor tipo cavalo doido tentando arrebentar os arreios, a mão quente cheia de intenção sinistra, movimentação de pernas de campeão de boxe profissional. Seu controle de distância, de entrar e sair do infight é um dos melhores de todos os tempos nesse esporte. Cigano está sempre perto o suficiente para acertar e longe demais para ser atingido. Não é encontrado. Como se nem estivesse lá. Parece que manda matar, porque ninguém sabe onde ele está. Acaba quase sempre com o adversário apagado no chão e Junior chegando para conferir a cena do crime.
Cigano nunca foi realmente derrubado e controlado ou atingido. O golpe mais duro que sofreu foi um mata cobra de Roy Nelson. O gordinho só vem pra confundir as estatísticas. Qualquer outro lutador teria a sua qualidade questionada por essas incertezas. Quantas vezes ouvi que só saberemos se Jon Jones é tão bom como dizem quando levar um direto. Mas Cigano será atingido e não cairá, e se cair, levantará. Não por ser o mais talentoso, gênio ou nenhum desses elogios que pesam mais do que elevam. Mas porque ele é simples. Não tem mil respostas pra tudo, não se confunde em várias possibilidades. Tem um objetivo real, só um. Uma resposta absoluta para os questionamentos dentro do octagon. Se cair, vai levantar, se parar na frente, vai descer a mão, se levar na cara, não vai amarelar. Simples assim. E essa criatura imponente e destruidora na hora que pode e tem que ser, vira gente de verdade quando acaba a luta. Sorriso sincero, sem piadinhas forçadas, sem falso respeito, sem hipocrisia. Anderson Silva está com a alma aprisionada no ouro da coroa, Cigano é plebeu sentado no trono do rei. Cigano é mais do que um campeão, isso tantos foram e serão depois dele. Cigano é um ídolo. Um campeão é respeitado, ídolos são admirados. As pessoas querem ter o que o campeão tem, mas querem ser o que o ídolo é. Cigano existe com a certeza de quem vai trilhar um caminho glorioso até o final. Muitos corpos ainda vão pavimentar sua estrada rumo a eternidade.
Cain Velasquez VS Pezão Pezão ter estreado no UFC no card principal com status de estrela do MMA é misterioso. Inquestionavelmente um lutador perigoso. Enorme, faixa preta de jiu-jitsu e com um pé tamanho 48, nunca vai ser moleza. Tem em vitórias sobre Fedor e Arlovski em fim de carreira, seu auge. E vinha de ser nocauteado com facilidade por Daniel Cormier. Atleta que acabou por se sagrar campeão do STRIKEFORCE, mas na época um substituto gordinho que ninguém levava a sério. E com um cartel apenas mediano encarou um dos maiores da atualidade, senão o melhor pesado do MMA mundial. Não deixem a derrota vexatória para Cigano obscurecer a percepção. Velasquez arrasta consigo uma era. A era de Cain. Longe de ter terminado em sua única derrota, despejou o peso de uma dimensão sobre Pezão que nada pode fazer e foi esmagado sob a prensa cruel do ex campeão.
Pezão ainda pode fazer boas lutas. È um atleta competitivo, intenso, mas não pertence ao topo do mundo. Apanhou muito até que não aguentou mais e virou de ladinho, mesmo sem sono. Da mesma maneira que foi pulverizado por Velasquez, é fato que merece permanecer no evento . O show tem que continuar e toda luta de Pezão, apanhando ou batendo, é boa de ver. Mir, Lavar Johnson e até Minotauro seriam adversários interessantes.
Velasquez segurou o chute de Pezão e o derrubou com segundos de luta, no primeiro contato. Esse tirocínio e reflexo e confiança não comuns a humanos. Até leopardos quando vão caçar um elefante, circundam a presa. Velasquez foi para aniquilar com certeza absoluta de que não poderia ser vencido. Se não valesse cotovelada a história poderia ser diferente, mas se Fred não tivesse feito gol de bicicleta na final do estadual contra o Botafogo, poderia ser diferente também. Pezão contará a história do que poderia ter sido e Cain, do que foi.
Velasquez tem um propósito nessa vida. Ser campeão. Sua alma é grande demais. Precisa do cinturão, precisa de mais espaço. Só um corpo não é suficiente. E se Cigano realmente não queria vingar seu mestre e amigo, Minotauro, posso garantir que Velasquez quer tirar a cabeça de Cigano, empalhar e pendurar perto da lareira em sua casa na Califórnia. Mais do que um objetivo, Velasquez sente que tem uma função nessa vida e não vai parar nem ser parado por quem não concorda ou quer o mesmo que ele. Podem ser vários os ídolos, mas campeão só tem um. Não quer ser ídolo ou admirado. Quer aquele tanto de ouro e diamantes incrustados num pedaço de couro ao redor de sua cintura. Não há tranqüilidade em apenas ser reconhecido. Quer aquilo. Quer viver como quer enquanto existir. O que vão achar dele, legados, eternidade, isso é poesia que não lhe interessa. Que escrevam livros a seu respeito ou que o odeiem. A alegria ou felicidade do outro não lhe interessa nem por um segundo. Não há relaxamento, não há paz em seu olhar. Cain está tenso, nervoso e Pezão foi o primeiro a sentir o risco de ter alguém assim solto nesse universo.
Roy Nelson VS Dave Herman Roy Nelson é um enigma. Não posso afirmar que se emagrecesse e descesse para o peso médio teria melhores performances. Até porque sua arma secreta é o desdém que os adversários parecem ter por ele. Mesmo gordinho é cheio de fonte rápida de energia no organismo. É o hambúrguer Power. E com o mesmo mata cobra nocauteou Schaub, Struve e agora Herman, e ainda deu uma tonteada em Junior Cigano. É um mistério como lutadores profissionais, com anos de treinamento em várias artes, dieta, estratégias, treino direcionado para determinado atleta, conseguem ser pegos de surpresa por um golpe que eles sabem ser o único a poder vir. Dan Handerson vem surpreendendo a todos com a mesma coisa faz anos, mas Dan é um dos maiores que já existiu. Roy é apenas um barrigudinho que luta.
Herman não tem mais motivo para estar no UFC. Pode ainda fazer uma luta e dar a vitória de brinde para alguém que o UFC queira ver vencer, como Shane Del Rosário. Mas fora ser degrau para outro, não tem muita função. Roy Nelson é o porteiro do MMA, como um dia Gary Goodridge foi no PRIDE. Vai continuar perdendo para qualquer lutador bom e vencendo qualquer lutador mediano. Roy Nelson, ironicamente, é a agulha da balança.
Stefan Struve VS Lavar Johnson A direção do UFC vem fazendo ao longo dos anos tanta força e gastando tanta grana em marketing para manter acesa a chama holandesa de que Struve é um grande lutador, um jovem realmente promissor, que estão quase me convencendo. Muito alto, com o maior alcance da organização (em nova medida ele e Jon Jones empataram), muito calmo, muito raçudo, bom de chão e meio destrambelhado na movimentação, se torna um lutador complicado de encarar. Pra quem chega na decisão e desse a mão, fica fácil. Tem coração para aguentar qualquer porrada, mas seu corpo não resiste. È inversamente proporcional a Frank Mir. Mas se o atleta cometer o erro amador de entrar no clinch, ele é letal.
Lavar é um mediando, como é Struve. A diferença é que o holandês acumula derrotas por ser superado por adversários melhores ou mais tenazes, e Lavar por tomar péssimas decisões ao longo do combate. Bastariam 3 ou 4 vídeos do adversário para entender como vencê-lo. Acertar e sair, evitar a luta agarrada. Pronto. Mas Johnson entrou num clinch não forçado após ter atingido o adversário. Lá ficou e acabou sendo puxado amadoramente para a guarda de onde não fez força para sair até que foi finalizado. Vitória marcante de Struve já que todo lutador com boa trocação costuma colocá-lo para dormir, e derrota melancólica para Lavar que deixou claro porque mesmo sendo um artista do nocaute, nunca foi considerado relevante em nenhuma organização.
Edson Barboza VS Jamie Varner Edson Barboza estava invicto e é um dos mais promissores e emocionantes lutadores da atualidade, Jamie Varner é um veterano que vem passando por um momento instável na carreira. Mesmo assim é difícil entender porque fãs e jornalistas não só apontavam o brasileiro como claro favorito, como apostavam em uma vitória sem maiores dificuldades. Talvez seja o hábito de acreditarmos em tudo que a mídia diz, e a mídia é controlada pelo mais poderoso. Se Edson está no UFC e Varner está no TFC, XFC, XFO é porque deve ser pior, certo? Nem sempre. E nesse caso em específico, com certeza não.
Podem dizer o que quiser, mas MMA ainda é uma jujuba de ferro. Difícil de digerir. Emissoras e anunciantes ainda se contorcem para mostrar esse esporte tão violento de modo vendável, sem mentir sobre o produto, sem ter que se afastar do que realmente o faz emocionante. A violência. De tempos em tempos aparece um momento, um golpe único, tão incrível que funde essa violência com admiração com fantástico com arte, e o planeta todo vê, entende e admira. Um golpe que vale por mil comerciais da Budweiser. O chute giratório de Edson em Etim é um desses momentos que merecem assinatura. Tão jovem e já se mostra tão relevante para o esporte. O MMA precisa de atletas como Barboza, seja nas declarações positivas, na postura cordial no dia a dia ou nas performances agressivas e emocionantes. Barboza vai ser um dos melhores do mundo em pouco tempo e quem acha que ele já está perto do seu melhor, vai se surpreender. Se tornará melhor de defesas de queda, ajustará mais ainda os golpes, será mais calmo, preciso, vai evoluir e será muito maior do que Jamie Varner já foi. Mas hoje em dia, Varner é um lutador melhor, mais completo, mais experiente e decisivo. Se Edson não acreditou em todos os bajuladores ou inocentes que só analisam as últimas lutas do card do Sherdog para afirmar ser um lutador perigoso ou não, foi superado por um atleta mais tenaz e pronto. Levanta a cabeça, siga a vida e volte melhor. Mas se acreditou no papo furado e inverídico de que Varner é limitado e seria uma luta boa para ele, bem feito pela derrota. Se Edson quer ser campeão, pense como campeão. Um ex campeão do WEC, enquanto tiver as duas pernas e os dois braços, nunca será vitória garantida pra ninguém. Os caras vem de lá diferentes. Eu sei, a maioria sabe, Edson descobriu da pior maneira.
Jamie Varner teve um momento de oscilação na carreira quando enfileirou 4 lutas sem vitória. Mas se analisarmos o conteúdo além do rótulo, veremos que não é tão simples assim. Uma derrota para o atual campeão do peso leve do UFC, o impressionante Ben Handerson,uma derrota controversa para Cerrone (pra mim foi empate), e um empate contra Shalorus, onde o adversário foi dominado, maltratado, derrubado na porrada e ainda perdeu um ponto por acertar Varner no apito de plástico várias vezes. Uma vitória tranqüila, óbvia, se metamorfoseou num empate medonho na mão dos juízes. Três lutas seguidas que aplacaram seu ímpeto e o tiraram da rota. Não dou desculpa nem para meus erros, imagine os de Jamie. Ele que pague por ter a cabeça fraca. Outros perseveraram onde ele se fez de coitado. Mas fato que foram lutas contra TOPs da atualidade. Será que Barboza teria sorte diferente contra Cerrone e Ben Handerson? Varner saiu do WEC, foi se reencontrando e voltou a ser ele mesmo nesse UFC 146. Varner tem um boxe excelente, wrestling excelente, queixo de granito e a energia pesada do cinturão do WEC flutuando sobre sua aura. Varner, preparado e motivado, é TOP 10 no peso mais disputado do planeta.
Do mesmo jeito que a derrota para Handerson não deveria ter embaralhado a cabeça de Varner, essa derrota pode umedecer, mas não deve embaçar os olhos de Barboza. Que entenda ter perdido para um atleta excelente que ainda vai derrubar tantos outros e que limpe a mente dos detritos e escombros causados pelas bombas de Varner em sua cabeça. Edson vai voltar melhor, tem que voltar melhor. E Jamie Varner vai voltar a fazer o que faz de melhor, descer e levar porrada no melhor WEC style.
Glover Teixeira VS Kyle Kingsbury Demorou, mas Glover Teixeira finalmente nasceu. Enquanto quase a totalidade dos fãs só acompanharem o UFC e nada mais, o atleta precisa surgir por lá para validar o que faz na carreira. É uma injustiça poética que a finalização sobre o mediano Kyle Kingsbury tenha mais repercussão ao redor do planeta do que todas as suas 17 vitórias soberanas anteriores. Nem adianta reclamar. MMA ainda é assim, Há um jogo de fama, mídia e holofotes que ofusca a realidade mais do que ilumina. É o jogo. É o show. E só o que Glover fez foi brilhar mais uma vez, como vem fazendo há anos. Kyle, num dia onde os deuses do MMA não estejam de gracinha, não tem a menor chance contra a seriedade e agressividade sistemática do brasileiro.
Glover é um bom lutador. Sólido, calmo, bate forte, sabe chão. Não tem gracinha na pesagem, não tem gracinha no octagon. Seu estilo não tem firula nem gordura. Todo golpe seu visa terminar alguma coisa. Não dá espaço para o adversário respirar ou se sentir confortável. Mas apontá-lo como candidato ao cinturão de Jon Jones é mais do que inocência, é maldade. Glover vai dar muitas vitórias e lutas emocionantes para o povo brasileiro e fãs do esporte, mas não dá pra ele contra Jones. Nem hoje, nem nunca. Dunga foi um bom jogador, mas nem que treinasse e se dedicasse quanto quisesse, nunca seria Messi. E que não me entendam mal, Glover vai ser TOP 10 do meio pesado em um ano. E num peso com Rashad, Bader, Davis, Gustafsson, Shogun, Jones, Handerson, já é ir bem longe. Mas marcá-lo como candidato a tirar o cinturão do Jesus negro é como colocar o anel do poder no Senhor dos Anéis e atrair os olhares de Mordor. Não vai dar em boa coisa.
Kyle Kingsbury é um chato antes e durante a luta. Depois, não sei, porque vencer amarrando e sem emoção ou ser dominado sem reação, não me motiva a acompanhar sua carreira. Fez um desserviço ao MMA ao segurar no chão, por 3 rounds, Maldonado. O brasileiro que só tem uma função nessa terra, trocar porrada. Isso nos faz feliz e o deixa satisfeito. Qualquer um que o impeça de fazer isso, me irrita e o entristece. Kyle é um lutador sem ambição e perdeu por finalização para Glover, mas perderia de qualquer outra maneira. Não vai ser cortado por ter uma base enorme, sem trocadilho, de fãs GLS no EUA. E Glover, que mal chegou, já cria temores. Num MMA cheio de estratégia e quedas e estudos durante o round, ninguém quer encarar um cara que desce mesmo a mão na cara sem nada a perder e é bom de chão. Com a saída de Thiago Silva, Glover foi oferecido a Shogun que negou a luta. Compreensível da parte do ex campeão que não quer encarar um lutador com nível técnico de TOP 10, mas ainda ranqueado lá embaixo, e interessante para Teixeira que consegue mais uma finalização depois de entrar no UFC. Essa, de cunho moral.
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