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ANÁLISE - STRIKEFORCE: Lawal VS Feijão
Em mais um evento polêmico, foi a grande performance dos brasileiros que merecem mais destaque. Não pela sua nacionalidade ou meu ufanismo, mas pela constante afirmação, evento a evento, de que o Brasil é um dos maiores produtores de atletas no esporte que mais cresce no mundo. Só falta imprensa e fãs seguirem o mesmo ritmo para MMA passar de ser, aqui, apenas um lindo esporte, e ter status sólido de meio de inclusão social e gerador de empregos. Sobre o sempre negativo lado das polêmicas, tivemos golpes ilegais e decisões questionáveis dos juizes. Essas manchas num dos melhores cards do ano, apesar de não terem alterado o resultado de nenhuma das lutas, nos arranhou a garganta ao termos que engolir vitórias com um espinhoso asterisco do lado.
Se apenas tamanho ganhasse luta, os fisiculturistas dominariam o peso pesado do MMA. Exemplos de técnica superando força bruta temos aos montes, mas o gigantesco Bobby Lashley nos mostrou algo diferente. Apesar de parecer de titânio por fora, deve ser feito de isopor por dentro, já que, depois de dominar facilmente o esforçado Chad Griggs, resolveu parar. De modo quase abstrato, quase filosófico. Do nada. Do mesmo modo que um poeta resolve sentar no banco e escrever uma poesia, Bobby sentou na lona e disse que não queria mais lutar. Depois de vencer dois rounds, pensar na hipótese de ter que lutar esse esporte chamado MMA por mais 5 minutos pareceu insustentável para o gigante de ébano, que desistiu. Um corte abaixo do olho e alguns socos no fim de um round deveriam sem mais do que insuficientes para parar um atleta tão exageradamente maior que seu oponente. Bobby nos mostrou que não adianta ter os músculos enormes se o coração é pequeno.
Jorge Gurgel nunca entra no octagon para competir, ele entra para dar show. Vitórias ou derrotas são irrelevantes na sua trajetória em confeccionar momentos excitantes no combate. E ele foi bem sucedido mais uma vez ao ser nocauteado pela estrela em ascensão KJ Noons, numa luta sincera e explosiva entre dois lutadores que devem ter lugar garantido em qualquer card de alto nível. Por mais que um almeje ser campeão e o outro apenas transbordar testosterona.
Ronaldo Jacaré batalhou pelo cinturão dos médios do Strikeforce contra o perseverante boina verde Tim Kennedy. Jacaré optou por colocar seu talento estelar em grappling de lado para testar novas ferramentas de seu crescente arsenal. Por mais que seja sempre complicada a opção dos lutadores de solo em trocar socos e chutes durante uma luta inteira, essa pareceu ser uma tática precisa, já que Kennedy demorou para acreditar na opção do brasileiro e quando começou a ajustar seu jogo, já estava com o rosto ensangüentado e com a luta perdida. Jacaré, que já nos provou que luta de solo pode ser bem empolgante, dessa vez provou que uma luta só de trocação pode ser bem monótona, se sagrando campeão por pontos num combate morno de 500 rounds.
Com um boxe razoável, excelente grappling, jiu-jitsu, queixo e muito poder de nocaute, Rafael Feijão é um dos lutadores mais completos do mundo. Seu preparo físico, que sempre vinha se interpondo entre seu sonho de se tornar campeão, não fez muita diferença nessa noite. Não que ele não tenha cansado como sempre, porque cansou, mas desativou a usina elétrica que atende pelo apelido de King Mo Lawall antes de seu preparo físico o prejudicar. Lawall, que havia vencido os dois primeiros rounds, esqueceu por alguns segundos que MMA é mais esporte do que show, e pagou o preço ao tentar definir a luta a todo custo no terceiro round, ao invés de fazer uso do cansaço do brasileiro. Palmas para Lawall, um ex-campeão corajoso e vibrante que não senta na pedra da estratégia, e parte pra cima. Mais palmas ainda para Feijão que agüentou as porradas e wrestling de um dos lutadores mais promissores da atualidade, vencendo por nocaute com cotoveladas que só um verdadeiro atleta de MMA sabe aplicar com precisão. Lawall perdeu, mas não saiu derrotado e Feijão se tornou o merecido campeão da ciranda dos meio pesados do Strikeforce.
TWITTER: @nicoanfarri
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