A última semana trouxe acontecimentos totalmente fora dos planos de Claudia Gadelha. Enquanto se dedicava à reta final do camp de preparação para a luta contra Aisling Daly, no dia 11 de abril, pelo UFC Fight Night 64, na Polônia, a lutadora peso-palha (até 52,2kg) sofreu uma contratura muscular nas costas em sessão de treino de wrestling e foi forçada a deixar o importante combate. Uma avaliação médica constatou a necessidade de um período de 20 dias sem treinos para tratar devidamente da lesão e a organização já anunciou oficialmente sua substituição por Randa Markos e o adiamento do duelo para o UFC 186, no dia 25 de abril, no Canadá.
Apesar da decepção, a atleta da Nova União já projeta seu retorno, com motivação especial: lutar no UFC 189, dia 11 de julho, no mesmo card em que o companheiro de treinos e amigo José Aldo defende o cinturão peso-pena (até 65,7kg) contra o irlandês Conor McGregor, curiosamente parceiro de academia da compatriota Aisling Daly. O duplo desafio entre os países cairia como uma luva nos planos de Claudia Gadelha, cujo plano inicial era mesmo o de lutar no meio do ano.
"Estava pronta para lutar, com uma perspectiva muito boa de vitória, mas aconteceu a lesão, infelizmente. Preciso desse tempo para me recuperar, porque estou travada nas costas, sentindo muita dor para mexer braços e pescoço. Eu gostaria muito que o combate fosse remarcado para o card de julho, o que era a minha primeira ideia, mas eu quis lutar antes. A Aisling é companheira de treinos do McGregor, e eu adoraria vencê-la no mesmo dia para inspirar o Aldo a manter esse cinturão no Brasil", explica a lutadora brasileira.
Faixa-preta com carreira vitoriosa no jiu-jitsu, Claudinha estreou no MMA profissional em 2008, e após 11 vitórias e muita expectativa, debutou no UFC, em julho de 2014, vencendo Tina Ladehmaki por pontos na primeira luta da categoria peso-palha da organização. Em dezembro, ela enfrentou a polonesa Joanna Jedrzejczyk, no duelo que daria o title shot para a vencedora, e acabou derrotada de forma polêmica por decisão dividida dos juízes laterais.
Joanna, então, destronou Carla Esparza e conquistou o cinturão, no último dia 14. O desejo por uma revanche é o que dá mais gás para a retomada nos treinos na Nova União e para buscar subir este último degrau antes de um sonhado title shot.
"Não engoli aquela derrota para a Joanna. Trabalho todo dia para ter essa revanche. Sei que, antes de pensar nisso, preciso vencer minha próxima luta, seja contra a Aisling Daly ou qualquer outra. Quero muito enfrentar a Daly porque já estudei o jogo dela, sei que é bem experiente, joga nas duas bases, gosta da luta agarrada. Seria uma boa luta. Seja contra quem for, vou vencer para aí sim pensar em revanche, pensar em cinturão", encerra Claudinha.